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o melhor de dois mundos

POR NICOLAS ANDRES GUALTIERI

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É interessante pensar que a gente leva uma mochila a vida toda, carregada de experiências, memórias, sentimentos, imagens, só não conseguimos levar pessoas mas sim essências e palavras. Carregamos com coisas que, de certa forma, não nos pertencem, que são de familiares ou de outras pessoas, até de estranhos. Crescemos com isso e formamos caráter, personalidade, poucas vezes questionamos isso durante nosso primeiro período de vida.

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Minha caixa conta a história não de duas pessoas diferentes, senão de dos momentos da minha vida que na minha concepção são extremamente distantes, não imagino eles se misturando um com o outro.  Por um lado apresento o “Nicolás”, um menino nascido no interior de Argentina, na cidade de Santa Fe, criado nessa cidade por quase 23 anos. Falante de espanhol, com amigos com vínculo desde que tem memória e consciência. Pelo outro lado apresento o “Nicolas”, o intercambista que acabou mudando para a cidade de Goiânia, no Brasil, a mais de 5 anos. Que ama viajar, fala e escreve português basicamente o dia todo, amante das plantas, tatuado, que usa brinco nas orelhas. Nicolas e Nicolás tem coisas em comum, mas porque Nicolas parece tão distinto com Nicolás? Como seja, ambos são a mesma pessoa, um acento separa eles nos cartões de identidade que levam uma foto da mesma pessoa.

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Tem um ponto de encontro entre os dois, o ponto onde Nicolas e Nicolás se topam. O ponto onde é reconhecido como “Nico”, no Brasil e na Argentina. Onde a essência daquela infância e a nova língua que ele sabe se encontram para analisar as situações. Hoje percebo com claridade que Nico é fruto de um processo de desconstrução, de limpeza, destruição e reconstrução de caixas, valores, sentimentos. Isto determina atos que vão contra de valores familiares, sociais e políticos com os quais cresci. Trabalhando hoje na sala de aulas percebo que meu acionar contra as políticas e medidas de ensino tradicionais determinam uma quebra de paradigma espontânea, uma ruptura quase que imperceptível e já incorporada, por essa necessidade de chegar quebrando com aquelas caixas já preestabelecidas. Estruturas históricas coloniais de submissão, formas de impartir e não de compartir o conhecimento.  E por ai vamos, quebrando caixas, reconstruindo, articulando os Nicolas e Nicolás de cada local, tentando mediar e ser mediados pelas experiências, pelo conhecimento, pelo experimentar.

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NICOLAS ANDRES GUALTIERI

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Fotógrafo amador, amante dos cactos e dos roteiros improvisados, sou formado em Design de Comunicação Visual (UNL/Argentina), Especialista em História e Narrativas Audiovisuais (UFG/Brasil), Mestre e Doutorando em Artes e Cultura Visual (UFG/Brasil). Atuo como designer gráfico no campo profissional há mais de 5 anos nas áreas gráficas, digitais e tecnológicas e atualmente também atuo como professor do curso de Design Gráfico na UFG. Pesquiso a respeito de metodologias, processos de ensino vinculados ao campo profissional do design e sua relação com a cultura visual.

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Amateur photographer, lover of cacti and improvised scripts. Graduated in Visual Communication Design (UNL / Argentina), Specialist in History and Audiovisual Narratives (UFG / Brazil), Master and Ph.D (in course) in Arts and Visual Culture (UFG / Brazil). I have worked as a professional graphic designer  for more than 5 years in graphics, digital and technological areas and currently, am also acting as professor of Graphic Design at UFG. I research about methodologies, teaching processes linked to the professional field of design and its relations to the visual culture.

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